Oi, eu sou o Goku! - Estreia de Dragon Ball Super versão BR
- O que temos pra hoje?
- 6 de ago. de 2017
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Ontem, sábado (5) estreou finalmente Dragon Ball Super versão dublada, sendo que a versão legendada já passou do episódio número 100 e algumas pessoas já estavam acompanhando. Para aquelas crianças que assim como eu viveram o desenho em seu auge nos anos 90 e início dos anos 2000, é uma sensação ótima saber que poderemos reviver a emoção de Dragon Ball e ainda com as mesmas vozes dos personagens da infância.
Antes de entrar nos detalhes do desenho em si, vale ressaltar que a versão dublada está realmente impecável, e está sendo feita pela UniDub, cujo fundador é nada menos que Wendel Bezerra, a voz do Goku, Bear Grylls, Buddy Valastro, Bob Esponja, entre outros. O mesmo chegou a comentar em seu canal no YouTube que conseguiu contato com todos os dubladores originais dos outros personagens, o que ao meu ver, deixa a experiência de rever Dragon Ball muito melhor, pois não precisamos nos adaptar a vozes “estranhas”.
Infelizmente nem tudo são flores quando se trata do desenho como um todo. Algumas coisas me chamaram a atenção durante os 5 episódios iniciais exibidos no Cartoon Network, entres eles, vale ressaltar: Animação, cronologia, traço artístico, músicas e adaptação a modernidade.
Aqui vamos tratar cada um separadamente para um melhor entendimento.
Animação: A animação de modo geral não está de todo ruim, mas tem momentos em que os desenhos parecem terem sido feitos às pressas, principalmente durante as lutas. Em vários frames houveram erros anatômicos (cabeças muito grandes e desproporcionais ao corpo, ou braços extremamente curtos), isto sem contar a falta de detalhes de músculos, e roupas, coisa que na série antiga (Dragon Ball Z) era extremamente bem feito.
Cronologia: Dragon Ball Super se passa logo após a luta com Majin Boo, um momento em que a Terra vive em paz. Vale ressaltar que após o fim de Dragon Ball Z tivemos ainda dois filmes (A Batalha do Deuses e O Retorno de Freeza) que se passavam na mesma época desta nova série, e é de se esperar que estes estivessem dentro do contesto do enredo, entretanto, logo nos 5 primeiros episódios podemos ver um reboot do primeiro filme, recontando a história de como Whis chegou na Terra. É de se esperar que o segundo filme também entre nesta nova linha cronológica e que também sofra um reboot.
Uma pena, pois ambos os filmes ficaram muito bons, e aparentemente tudo o que ocorreu em Dragon Ball GT será ignorado.
Traço Artístico: Para quem é fã e cresceu vendo o Goku bater e apanhar nas manhãs da TV Globinho e nas noites do Cartoon Network, vai sentir uma diferença no traço desta nova saga. Enquanto o antigo era cheio de detalhes como sujeita, sangue e etc, este trabalha mais com um tom mais lúdico e traços mais espessos (característicos de animações japonesas de comédia). Me vários momentos os personagens aparecem com bocas grandes, contornos bem escuros e expressões superexageradas.
Música: Não digo que é exatamente uma coisa que me incomodou, mas confesso que levou um tempo para me adaptar à nova versão de abertura, que não é tão marcante como a das sagas anteriores. A música de encerramento apesar de ser interpretada por uma mistura de Supla com Dinho Ouro Preto, até que convence bem.
Adaptação a Modernidade: este é um ponto bem complicado de se discutir. Se por um lado o público que vai realmente dar audiência são aqueles de 20-30 anos, por outro o Cartoon Network busca trazer também a nova geração de espectadores e isto pode ser o real problema.
No início dos anos 2000 a tem ética das animações exibidas era bem mais “adulta” do que vemos hoje, com violência, atitudes politicamente incorretas e coisas que atualmente muitos poderiam julgar inapropriado ao público infanto-juvenil, por esse motivo, por volta de 2007 o Cartoon foi alvo de diversos processos de pais alegando que a programação não era apropriada para os filhos assistirem, e que um canal daquele porte deveria fazer algo a respeito disso. Foi nesse momento que o canal se “reinventou” e perdeu totalmente a graça na opinião de muitos fãs (e na minha também), adotando uma postura mais lúdica, com desenhos fofinhos e “politicamente corretos” (desenhos meio bestas mesmo).
Ok, mas onde Dragon Ball Super entra nessa história?
O problema está em a direção do canal preocupada com a repercussão negativa que um desenho com o enredo de Dragon Ball (sangue, lutas etc) pode ter no público infanto-juvenil de hoje. É uma faca de dois gumes: Agradar ao público antigo e correr o risco de uma repercussão negativa com a nova geração, ou aditar todo o desenho para deixa-lo mais lúdico, “limpo” e divertido e assim correr o risco de desagradar aqueles que cresceram acompanhando Dragon Ball?
Ainda estamos no começo da saga, e foram apenas 5 capítulos sem muito a mostrar. Vamos esperar e acompanhar, e por conta de spoilers daqueles que acompanhavam a versão legendada, já sabemos que vem muito mais por aí.
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