Uma série tipicamente atípica: Atypical
- O que temos pra hoje?
- 30 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

Essa semana fomos conferir Atypical, a nova série original da Netflix, a qual o único defeito é ter poucos episódios e deixar o espectador com o gostinho de “quero mais”.
Sam é um garoto de 18 anos com características do espectro autista que aos poucos está descobrindo as coisas da vida, como relacionamento, responsabilidades e interação social. O elenco ainda conta com uma mãe super protetora, um pai que tenta se aproximar do filho, uma irmã durona e um amigo com uma libido de um coelho.
Atypical anda entre os gêneros de comédia e drama, tratando com leveza e seriedade os temas propostos pelo roteiro: inclusão, aceitação do “diferente”, as dificuldades enfrentadas pela família de uma pessoa com TEA (Transtorno do Espectro Autista) etc. Não tem como falar muito desses temas sem dar spoiler, então é essencial que você assista a esta série para que não venhamos a estragar a sua experiência.
Em termos de construção narrativa, ritmo e roteiro, Atypical não comete erros. Apesar do ritmo acelerado de algumas tramas, você não fica perdido, e as coisas que podem te deixar com alguma dúvida, são explicadas em episódios posteriores. O roteiro trabalha bem a apresentação dos protagonistas, e mesmo os coadjuvantes sendo jogados ao público, eles se desenvolvem de maneira que faz o espectador se afeiçoar ao personagem. A direção de arte também está de parabéns, pois as associações das imagens e ambientação casam com os sentimentos e personalidades dos personagens, por exemplo, Sam é aficionado pelo Ártico, gelo, Antártica etc (isso não é spoiler, a série já deixa claro no cartaz de divulgação), e seu quarto, roupas e lugares que gosta tem sempre tons frios: azul, branco, cinza etc.
Para quem gota de referências, vai achar Sam bem parecido com Sheldon Cooper de The Big Bang Theory, seja pelo jeito de falar, se vestir e penteado, quanto pela constante comparação da vida com sua atividade favorita, afim de tentar entender melhor as relações sócias (mesmo não vendo tanto sentido nelas). Não parando por aí um dos coadjuvantes é quase uma mistura de Raj com Howard, às vezes chato e inconveniente, mas funciona muito bem como alívio cômico.
De maneira geral, Atypical é uma série que com doses certas de humor e drama nos leva a refletir sobre as questões ligadas ao TEA, e como as pessoas que convivem diariamente com isto lidam, até mesmo sobre
coisas simples.
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