Quem tem medo de palhaços? It: A Coisa.
- O que temos pra hoje?
- 14 de set. de 2017
- 3 min de leitura

Um grupo de crianças extremamente corajosas/curiosas andam pela cidade, na esperança de resolver uma série de mistérios e desaparecimentos, enquanto são assombradas por um ser monstruoso que captura e “se alimenta” de crianças. Não, não estamos falando de Stranger Things.
It: A Coisa tem a direção de Andy Muschietti (o mesmo diretor de Mama), para muitos um desconhecido que aqui mostra que, um bom roteiro (diferente de Mama), boa vontade, um bom elenco e uma boa produção são a fórmula para o sucesso. Surpreendentemente o filme retrata de certa forma isso: a união faz a força. Não deixando de mencionar as outras áreas, como produção de som, direção de arte, maquiagem etc, que dão o toque final a esta obra adaptada do livro de Stephen King.
It se enquadra no gênero de terror, com cenas que farão alguns espectadores literalmente gritarem de susto (acreditem, mais de uma pessoa gritou na sala quando fomos assistir), entretanto a edição conseguiu mesclar cenas pesadas e leves, com alívios cômicos que funcionam quase sempre e quebram o clima de constante eminencia de sustos, que é gerado também pela trilha sonora basicamente composta por sons orquestrais nos momentos mais tensos.
A história de It se passa em uma pequena cidade americana da década de 80, e gira em torno do “Clube dos Perdedores”, um grupo heterogêneo de crianças, cuja única coisa em comum é o fato de sofrerem bullying constantemente. O grupo aumenta de acordo com o desenrolar da trama, entretanto todos de certa forma estão ligados aos acontecimentos, pois coisas estranhas começam a ocorrer com cada integrante. Estas cenas individuais forma um recurso que tem por função apresentar cada personagem, entretanto a formula se repete tantas vezes que a partir da terceira vez você já não liga mais para o que vai acontecer, por exemplo, uma coisa estranha acontece – a criança vai investigar – leva um susto e corre desesperada. Espectadores mais críticos quanto a roteiro e desenvolvimento de narrativa, ficarão um pouco incomodados com o desenvolver (o a falta de desenvolvimento) de algumas subtramas, que aparentemente não tem consequência nenhuma para o restante dos moradores da cidade, por exemplo, o fato de um dos personagens sofrer ferimentos horríveis e ninguém da família dele se questionar sobre como isso aconteceu! Fora estes dois pequenos adendos, o filme é muito bom e vale a pena assistir.
O elenco trabalha bem, e todas as crianças convencem em seus respectivos papéis, mas a melhor atuação sem dúvida é de Bill Skarsgård como o Palhaço Pennywise. A voz, trejeitos, a atuação de modo geral, deram camadas ao personagem. Você literalmente sente medo dele, mesmo sabendo que não é real. Arrisco-me a dizer, que é o melhor palhaço dos cinemas desde o Coringa do Heath Ledger em Batman – O Cavaleiro das Trevas.
It: A Coisa é um filme de várias faces, sendo suspense, drama, comédia de certa forma, terror natural e também psicológico. Diferentemente de outras produções que prometeram uma experiência cinematográfica de terror psicológico, It foi a única que me fez realmente me sentir desconfortável de alguma forma. Seja pelo cinismo do palhaço, ou pela frieza com ele trata deus atos, o desconforto não acabou junto com o filme.
Certamente depois de assistir “it: A Coisa”, você vai pensar duas vezes antes de apagar as luzes do quarto na hora de dormir
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